sexta-feira, 13 de maio de 2011

Eletropaulo e a dívida de 1 bilhão

Segue trecho do comunicado da Eletropaulo onde se detalha sobre a dívida de R$ 1,13 bilhão com a Eletrobrás:

“Notas Explicativas

17.1) Eletrobrás - Contrato de Financiamento

Em novembro de 1986 a Eletropaulo Eletricidade de São Paulo S.A.
(Eletropaulo Estatal), obteve através do Contrato de Financiamento ECF
1046/1986 empréstimo das Centrais Elétricas Brasileiras S.A. (Eletrobrás).
Tendo em vista os questionamentos que surgiram acerca da periodicidade da
correção monetária incidente sobre o valor financiado e a impossibilidade de se
chegar a um entendimento com a Eletrobrás, em dezembro de 1988 a
Eletropaulo Estatal propôs Ação de Consignação em Pagamento contra a
Eletrobrás.
Ao propor a demanda acima mencionada, a Eletropaulo Estatal realizou o
depósito judicial do valor que apurou como representativo do saldo devedor,
qual seja, aquele que era composto pelo valor principal acrescido de correção
monetária anual.
Após apresentar a sua defesa na Ação de Consignação em Pagamento, em abril de 1989 a Eletrobrás ajuizou Ação de Cobrança contra a Eletropaulo Estatal perante a 5a Vara Cível da Comarca do Rio de Janeiro (5a Vara Cível),
fundamentando seu pedido de cobrança na alegação de que os valores
depositados na Ação de Consignação não estavam de acordo com os termos do Contato de Financiamento ECF 1046/1986, já que este, de acordo com a
interpretação da Eletrobrás, previa correção monetária mensal do valor principal e não anual conforme sustentado pela Eletropaulo Estatal.
Durante o andamento de ambas as ações, foi firmado o Protocolo de Cisão em
22 de dezembro de 1997, onde a Eletropaulo Estatal foi cindida em 04 (quatro)
empresas, quais sejam: atual Eletropaulo Metropolitana - Eletricidade de São
Paulo S.A. (Companhia), Bandeirante Energia S/A. (Bandeirante), Empresa
Metropolitana de Águas e Energia S/A. (EMAE) e Empresa Paulista de
Transmissão de Energia S/A. (EPTE), sendo que esta última acabou por ser
incorporada pela Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista
(CTEEP).
Em abril de 1999, a 5a Vara Cível, em decisão de primeira instância, julgou tanto a Ação de Cobrança como a Ação de Consignação em Pagamento em favor da Eletrobrás, reconhecendo, na primeira ação, que a correção monetária do Contrato de Financiamento ECF 1046/1986 é mensal e, na segunda ação, que o valor depositado pela Eletropaulo Estatal não estava de acordo com os termos do mencionado Contrato, reconhecendo que a Eletropaulo Estatal estava em mora com a Eletrobrás.
Ao não enviar os termos da Sentença para uma reanálise do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), na medida em que não apresentou quaisquer dos Recursos cabíveis à época em que as ações foram sentenciadas, a Eletropaulo Estatal sagrou-se perdedora em todas as questões referentes à correção monetária do referido Contrato de Financiamento.
Em setembro de 2001, a Eletrobrás iniciou Ação de Execução, também na
5a Vara Cível, e, com base no seu entendimento dos termos constantes do
Protocolo de Cisão da Eletropaulo Estatal exigiu, em termos proporcionais da
Companhia (90,11%) e da CTEEP (9,89%) os valores que lhes teriam sido
transferidos como passivo.
Por conta de tal posicionamento, foi exigido da CTEEP o pagamento de valor
correspondente ao depositado na Ação de Consignação em Pagamento (valor
principal do Contrato de Financiamento acrescido de correção monetária anual)
e da Companhia de valor que corresponde aos atuais, aproximados, de
R$ 1.136.535 (atualizados até 31 de março de 2011), quantia que representa a
diferença entre a correção anual e a correção mensal do Contrato de
Financiamento.
Em novembro de 2002, em decisão de primeira instância, a 5a Vara Cível não
acolheu os argumentos da Companhia e a manteve como parte do processo,
sendo que desta decisão foi apresentado Recurso perante o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ).
Em setembro de 2003 o TJRJ acolheu todos os argumentos levados pela
Companhia, acabando por reconhecer, com base no Protocolo de Cisão da
Eletropaulo Estatal, que a Companhia não seria responsável pela quitação do
Contrato de Financiamento ECF 1046/1986, já que o passivo por ele
representado teria sido vertido à EPTE, empresa incorporada pela CTEEP.
Tendo em vista a decisão que lhes foi desfavorável a Eletrobrás, em dezembro
de 2003, e a CTEEP em março de 2004, apresentaram Recursos ao Superior
Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF) com vistas à
cassação da decisão do TJRJ.
Sem adentrar nos mérito dos processos ou nas disposições do Contrato de
Financiamento, em junho de 2006, o STJ reverteu a decisão que eximia a
Companhia de qualquer responsabilidade pelos débitos discutidos no processo e, mais importante, a excluía da relação litigiosa. De acordo com a mencionada
Corte Superior, o litígio entre as partes requer a apreciação de questões através de procedimento que não a Exceção de Pré-Executividade interposta e, por tal motivo, o processo deveria retornar à primeira instância (5a Vara Cível) para uma completa análise das questões que envolvem as três empresas (Companhia, CTEEP e Eletrobrás), o Contrato de Financiamento e o Protocolo de Cisão da Eletropaulo Estatal.
Contra esta decisão perante o STJ foram apresentados, em dezembro de 2006, embargos de Declaração e, em abril de 2007, embargos de Divergência e Recurso Extraordinário, sendo que todos os recursos foram decididos contra a Companhia.
Tendo sido apresentados todos os recursos cabíveis, tanto no STJ como no STF, e não cabendo qualquer outra medida, o processo foi devolvido à primeira
instância (5a Vara Cível).

Paralelamente, em fevereiro de 2008, a CTEEP ajuizou Ação Ordinária contra a Companhia e a Eletrobrás perante a 5a Vara Cível, sendo que o referido processo visa à obtenção de decisão que reconheça a CTEEP como não responsável pelo pagamento de qualquer quantia que esteja sendo cobrada pela Eletrobrás em virtude das ações que tiveram por objeto a discussão dos termos do Contrato de Financiamento ECF 1046/1986. Em setembro de 2008, a Companhia apresentou sua defesa, sendo que tal demanda no momento se encontra suspensa para análise de questões referentes ao local correto para julgamento do feito.
No dia 17 de abril de 2009, com base no Código de Processo Civil Brasileiro
(CPC), a Eletrobrás solicitou que seja iniciado o procedimento judicial de
Liquidação de Sentença por Arbitramento perante a 5a Vara Cível,
procedimento este que visa auferir o valor em discussão através de trabalho a ser realizado por perito judicial.
Em 26 de maio de 2009, a Companhia apresentou manifestação concordando
com a apuração de valores através de cálculos por Liquidação de Sentença, mas ressalvando que neste processo a forma mais adequada para apuração de valores seria a Liquidação de Sentença por Artigos, e não por Arbitramento, como sugerido pela Eletrobrás, na medida em que diversos dos pontos do Protocolo de Cisão da Eletropaulo Estatal devem ser analisados em sua plenitude, já que não foram observados pela sentença de 1999, em especial toda e qualquer questão relativa a qual das empresas cindidas (controlada Eletropaulo e/ou CTEEP) cabe a responsabilidade pelo pagamento.
Em 25 de fevereiro de 2010 a D. Juíza da 5a Vara Cível acolheu o pedido de
Liquidação de sentença por Arbitramento, sendo que em vista dos termos da
mencionada decisão, a Companhia apresentou Embargos de Declaração à
5a Vara Cível postulando que a Liquidação de Sentença seja processada na
modalidade de Artigos, e a Eletrobrás apresentou impugnação à nomeação do
perito, sendo que ambos foram rejeitados pela D. Juíza da 5a Vara Cível em 4 de março de 2010.
Contra a rejeição de seu recurso, em 31 de março de 2010, a Companhia
apresentou Agravo de Instrumento perante o TJRJ, o qual foi acolhido em 15 de abril de 2010, para determinar a ampla produção de provas acerca dos fatos que norteiam a responsabilidade pelo pagamento do débito, restando decidido que a Liquidação de Sentença seja processada na modalidade de Artigos, conforme requerido pela Companhia.
Em 28 de Abril de 2010, a Eletrobrás apresentou recurso perante TJRJ
objetivando o reconhecimento da suspeição do perito, sendo tal recurso
reconhecido como prejudicado pelo TJRJ em 14 de maio de 2010, em virtude da decisão que acolheu o recurso apresentado pela Companhia. Isso se deu em virtude do fato de que o procedimento de liquidação de sentença deverá ser
reiniciado perante a 5a Vara Cível.
Em março de 2011 a Companhia tomou conhecimento que, em 6 de dezembro
de 2010, a Eletrobrás teria solicitado a iniciação do processo de liquidação e que por tal motivo, o processo teria sido submetido à análise da 5a Vara Cível.
Em vista do fato de que até 31 de março de 2011 a Companhia e a CTEEP não
tinham sido intimadas sobre o pedido apresentado pela Eletrobrás, estima-se que a resposta das mesmas às considerações apresentadas deve ocorrer durante o segundo trimestre de 2011. Estima-se ainda, que os mencionados trabalhos periciais se estendam durante o ano de 2011 e que o procedimento judicial de Liquidação de Sentença por Artigos não se encerre em um prazo inferior a 6 meses a ser contado do início dos trabalhos periciais, sendo certo que, ao final dos trabalhos, caberá ao perito apontar o montante da dívida e o(s) responsável(is) pelo pagamento.
Encerrado o Procedimento Judicial de Liquidação de Sentença, e se forem
apurados valores a serem pagos pela Companhia, a Eletrobrás poderá reiniciar o processo de execução contra a Companhia, sendo que, quando tal fato acontecer, para que a Companhia possa se defender, será necessário apresentar garantia nos termos do Código do Processo Civil Brasileiro.
Ainda de acordo com o disposto no Código do Processo Civil Brasileiro, a
Eletrobrás terá o direito de solicitar ao juízo da causa o levantamento da garantia ofertada pela Companhia, mesmo antes da decisão final. Na eventualidade da solicitação da Eletrobrás ser deferida, a Companhia poderá ter um desembolso de caixa e impacto negativo em seu resultado, uma vez que o referido desembolso passará a ser tratado como um ativo contingente em vista da possibilidade de sua recuperação quando da decisão final do mérito da causa.
Os assessores legais da Companhia mantém a classificação de êxito como
possível. Desta forma, de acordo com o que preceitua o Pronunciamento
Técnico CPC 25, aprovado pela Deliberação CVM no 594, de 15 de setembro de 2009, não é requerida qualquer provisão até 31 de março de 2011.
Caso sobrevenha decisão final desfavorável, a Companhia terá que desembolsar o valor de aproximadamente R$ 1.136.535 (atualizado até 31 de março de 2011).”

domingo, 24 de abril de 2011

Treze perguntas para avaliação de empresas

Treze perguntas para avaliação de empresas

Há várias formas para avaliar uma empresa do ponto de vista do investidor. O primeiro passo é tentar responder às perguntas:

1-O que esta empresa tem que a diferencia das demais?
2-Quais as suas vantagens competitivas?
3-O que impede a concorrência de vender o mesmo produto ou serviço a preços melhores?
4-O que diferencia a equipe que a administra?
5-Esta empresa entrega resultados regularmente (há pelo menos dez anos)?
6-O modelo de negócios da empresa tende a se manter no longo prazo?
7-O negócio da empresa é viável nos mais diversos cenários econômicos possíveis?
8-O negócio da empresa é de fácil compreensão (para você)?
9-A empresa consegue aumentar os preços de seus produtos ou serviços com facilidade?
10-O público consumidor (em potencial) da empresa é grande?

Respondidas estas questões, você saberá se o negócio da empresa é bom ou não. Se for muito bom, o investimento pode valer a pena. Passaremos então para a segunda etapa. Qual o preço a ser pago? O valor no qual a empresa é negociada no mercado da Bolsa de Valores está adequado ou excessivo? Para responder a esta questão, são analisados alguns itens importantes:

11-Qual a perspectiva de lucros para a empresa nos próximos anos?
12-Qual a taxa esperada de crescimento destes lucros?
13-Qual a expectativa de retorno do investidor com a aplicação?

Para responder a estas questões sobre os lucros esperados, é preciso conhecer e entender o negócio da companhia. Com relação à expectativa de retorno, são considerados itens como a taxa de juros em vigor no momento, a rentabilidade de aplicações financeiras de baixo risco (custo de oportunidade) e o prêmio de risco. A partir desta análise pode-se avaliar o valor “justo” da companhia, com base na sua geração de lucros.

A análise da capacidade de geração de lucros da companhia é o primeiro passo para a avaliação do investimento na mesma. Porém a análise não termina aí. Deve-se considerar que o lucro líquido divulgado pelas companhias pode sofrer grandes modificações por fatos puramente contábeis, como depreciações de patrimônio, reversões de provisões etc. Portanto é preciso que se avalie o lucro operacional da empresa, ou seja, qual a capacidade da mesma produzir caixa (dinheiro) com a sua atividade-fim. Este lucro “operacional” seria o conceito de Ebitda / Lajida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização). A correlação deste lucro operacional com o valor de mercado da empresa é uma forma muito comum de avaliação pelo investidor profissional.

Conceitualmente, nós investimos em empresas que têm histórico consistente de receitas e de lucros, com tendência de crescimento ao longo do tempo. Estas empresas costumam ser as que têm maiores vantagens competitivas e capacidade de precificação de seus produtos ou serviços, estando em um mercado consumidor amplo, onde a demanda é maior que a oferta. A análise dos balanços dessas companhias, ao longo dos anos, habitualmente nos permite responder adequadamente as questões elaboradas acima. O momento do investimento no entanto, depende do preço, ou seja, da correlação entre a geração de caixa da empresa e o seu valor de mercado.

terça-feira, 5 de abril de 2011

O crescimento do varejo (GUAR3)

A Guararapes confecções, controladora das lojas Riachuelo, divulgou seu programa de expansão. A proposta é de acelerar o crescimento da área de vendas com a inauguração de 22 lojas em 2011, 30 lojas em 2012, mantendo posteriormente este ritmo. Qual o significado disto com relação à performance das ações da companhia na Bovespa?

A empresa atua num mercado em que as maiores redes varejistas detêm apenas 10% de participação de mercado, sendo a média em países desenvolvidos de 30%. Num ambiente em que se assiste ao crescimento vertiginoso da emergente classe C (hoje já com mais de 100 milhões de integrantes no Brasil), com avidez de consumo, a empresa desenvolveu um modelo integrado de negócios, onde atua desde a produção até o financiamento das compras. O negócio da Guararapes envolve o varejo, setor financeiro, cartões, produção industrial e shopping center. E cada um dos negócios se integra aos demais, gerando receitas para a empresa e seus acionistas.

A empresa fechou 2010 com uma área de vendas de 314,5 mil m2. Receita líquida de vendas de R$ 7.396,90 por metro quadrado (área média de vendas do período). Mantidas as condições atuais, teríamos ao final de 2012 um total de 52 lojas a mais (cerca de 38% a mais em área de vendas). Este crescimento em área de vendas poderá viabilizar o crescimento de produção da parte industrial da companhia, mantendo a tendência de crescimento da participação dos produtos Guararapes nas lojas Riachuelo.

Adicionalmente, temos observado que a companhia tem apresentado uma tendência de melhora nas suas margens, o que pode ser explicado pelo alto grau de integração entre as atividades da empresa. A maturação das lojas abertas leva em torno de cinco anos, o que significa dizer que há uma tendência de aumentar as vendas, ainda que não houvesse novas inaugurações.

Vamos analisar alguns números da companhia em 2010:
Número de lojas: 123
Área de vendas: 314,5 mil m2 (área inaugurada em 2010: média de 2.275,75m2 por loja)
Receita líquida consolidada: R$ 2,608 bilhões
Ebitda consolidado: R$ 584,242 milhões
Lucro líquido: R$ 337,8 milhões
Margem líquida de 13%
Área inaugurada: média de 2.275,75m2 por loja

Projeção para 2012:
Número de lojas: 175
Área de vendas: 432,8 mil m2
Receita líquida consolidada: R$ 3,59 a 3,71 a bilhões
Ebitda consolidado: R$ 804 a 831 milhões
Lucro líquido: R$ 464 a 482 milhões
Margem líquida de 13%

Portanto estamos falando de uma relação EV/Ebitda (2012) em torno de 6,5 vezes, consideradas as cotações atuais, o que nos parece uma barganha, visto que se trata de uma empresa de varejo, com histórico consistente de lucros e crescimento. A média do setor para este múltiplo seria algo em torno de 13 vezes. Se houver ganhos adicionais de margem líquida, o potencial seria ainda maior.

Com um potencial mínimo de valorização de 100% sobre as cotações atuais, fundamentado na estratégia da empresa aliada a um modelo de negócios muito bom, gestão competente em entregar resultados e premissas favoráveis, acreditamos ser este papel uma boa alternativa de investimento, motivo pelo qual compramos ações da empresa.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Coelce: earnings in 2010

Coelce (COCE5) released its results of 2010. The main points had been:

The volume of energy sold and carried by Coelce reached the sum of 8.815 GWh in 2010, 12.8% superior to the volume registered in the previous year.

The EBITDA, in 2010, reached the sum of R$ 807 million, an increment of 24,4% in relation to the year of 2009. With this result, Edge EBITDA of the Company locked up the year of 2010 in 28,3%, superior percentage in 1,50 p.p. compared with the previous year.

In 2010, the Net profits totalized R$ 472 million, 19.5% superior to the year of 2009. As consequence, the Liquid Edge of the Company reached the 16,6% platform.

COMMENTARIES:

The company presented a good operational performance again. It had increase in the number of consuming units in 4,4%, closing 2010 in 3,094 million. Also it increased the per capita consumption in 8%. Thus, it had growth of energy volumes in 12,9% in the year of 2010 (it is compared with the northeast-region growth of 8,8% and 7,8% of Brazil), predominantly in the called captive market. The commerce and the heat explain these numbers.

With the bigger volume of energy and the prices increase of 8,95%, the company had a net revenue of BRL$ 2,85 billion (17.8% greater in 2010 with regard to the previous year), with better operational edges, resulting in an operational profit 24.4% greater that in the previous year. It had productivity profits that had certainly contributed for this improvement of edges. The costs had grown, but in lesser ratio than the revenue.

The indebtedness of the company diminished, closing 2010 with a liquid debt of R$ 738,636 million, while the liquid investments in 2010 had been 51% superior to the ones of 2009, reaching BRL$ 432 million.

The main concerns of the market agents currently are the events that involve the pricing capacity, that apparently could not be favorable to the company. Due to this the company is negotiated in the Stock market to a relation EV/EBITDA of 4,15 times, a low relation for a company that is located in a market that grows at higher levels than the country average.


H6 Invest team.

sábado, 26 de março de 2011

O que Buffett viu na Brasil-Foods?

A notícia de que a Berkshire-Hathaway estaria investindo no Brasil, mais especificamente comprando ações da BR-Foods, já não é nenhuma novidade. No entanto, quais os atrativos da companhia que poderiam justificar esta opção? Estariam os papéis subavaliados?
Talvez sejam motivos o fato de a empresa ser a maior exportadora mundial de aves, ter uma presença global, com marcas fortes, um histórico consistente de lucros em crescimento, mas principalmente o potencial enorme do setor de alimentação, no Brasil e no mundo. A Brasil-Foods é a terceira maior exportadora do país, com vendas externas de 9,2 bilhões de reais.
Vamos aos resultados da empresa, divulgados na última semana. Seguem alguns trechos extraídos do comunicado da companhia:

“Nosso volume de vendas cresceu 7%, para 5,7 milhões toneladas. Atingimos receita líquida de R$ 22,7 bilhões, 8,3% acima de 2009. A geração de caixa, pelo conceito EBITDA, somou R$ 2,6 bilhões e o lucro líquido, R$ 804 milhões, evoluções de 126% e 125%, respectivamente, em comparação ao ano anterior, pela base proforma. A margem EBITDA de 11,6% representou o retorno à lucratividade histórica da Companhia, apesar da apreciação cambial e da escalada dos preços das commodities registrada no segundo semestre de 2010.”

“Mesmo em um período de transição, não paramos de investir. Em 2010, destinamos R$1,1 bilhão à ampliação e modernização de capacidade produtiva e a programas de eficiência em todas as áreas. A decisão mostra a solidez e o comprometimento com nossos públicos de relacionamento e com a execução dos planos de crescimento nos mercados nacional e internacional. Considerando a melhor geração operacional e a otimização substancial dos investimentos, nosso endividamento líquido em relação ao EBITDA foi reduzido de 3,6 para 1,4. A bem-sucedida emissão de bônus realizada durante o ano permitiu captarmos R$ 750 milhões e alongar o perfil da dívida da média de dois para três anos.”

“A expansão das operações reforça uma vocação importante e estratégica da companhia, que é a geração de empregos e renda em pequenos e médios municípios de todas as regiões do Brasil, pois os principais insumos e matérias-primas que consumimos – grãos, suínos, aves, bovinos e leite – são adquiridos de produtores locais. Encerramos o ano com mais de 113 mil colaboradores, figurando entre as cinco maiores empregadoras brasileiras, e sabemos que o impacto dos nossos projetos se distribui para toda a comunidade, com incentivo ao nascimento de novas empresas, serviços, infraestrutura, saúde e educação.”

“O conjunto dessas iniciativas torna a BRF uma das empresas de maior confiança entre os investidores e acionistas, o que se traduz em reconhecimento do mercado de capitais pelas nossas elevadas práticas de governança corporativa. Em 2010, ano em que o Ibovespa subiu 1%, registramos crescimento de 21% no valor de mercado. Nos últimos dez anos, proporcionamos retorno anual médio de 31% aos acionistas, diferencial que nos torna uma das opções de investimento mais atrativas do mercado de capitais.”

“Nossas premissas, para 2011, contemplam o crescimento nos principais mercados de atuação e a incorporação de sinergias esperadas a partir da integração dos negócios com Sadia, de forma alinhada ao plano estratégico 2011-2015. Baseados nas perspectivas de cenário macroeconômico, esperamos o crescimento em torno de 10% a 12% nas receitas líquidas e investimentos entre R$ 1,2 bilhão e R$ 1,4 bilhão em Capex e R$ 400 milhões em reposição de matrizes.”

“Para executarmos esses planos e alcançarmos plenamente os objetivos de crescimento assumidos no anúncio da associação entre as duas empresas, precisamos da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A Companhia vem cumprindo sua parte, ao fornecer todas as análises e informações demandadas pelas autoridades e confia que o órgão deverá se pronunciar em breve sobre o processo de fusão.”

“Estamos conduzindo uma das maiores fusões da indústria de alimentos no mundo e, mesmo sofrendo algumas restrições de operação, podemos nos orgulhar de todos os avanços e resultados conquistados em 2010. Temos a convicção de que essa fusão é pró-competitiva. Os resultados obtidos até o presente momento demonstram a relevância da empresa para todos os nossos públicos – acionistas, clientes, consumidores, colaboradores, parceiros, comunidades, governo e sociedade.
Estamos em um momento único e especial, onde os esforços estão focados na consolidação de uma empresa com vocação e cultura para desempenhar o papel de líder global em alimentos.

São Paulo, março de 2011.
José Antonio do Prado Fay
Diretor – Presidente.”

Comentários:

A empresa atualmente tem valor de mercado de R$ 26,5 bilhões, uma relação EV/Ebitda 2010 de 10,1 vezes. Por esse preço, leva-se uma perspectiva de crescimento interessante, no longo prazo. Não é propriamente uma pechincha, mas é possível que o potencial de crescimento traga resultados futuros ainda melhores.

A receita líquida de 2010 foi de R$ 22,7 bilhões.

O lucro líquido foi de 804,1 milhões e a margem líquida de 3,5 % no ano e 5,6% no último trimestre.

As preocupações estariam no aumento dos custos com ração animal devido à alta de preços do milho e da soja no último trimestre de 2010. A empresa tem 30% das receitas provenientes de aves e 37% de processados de carne.

A empresa tem no Brasil uma participação de mercado de 55% em industrializados de carne, 69% em congelados de carne, 82% em massas, 78% em pizzas congeladas e 62% em margarinas. Isso num país que assiste ao crescimento da classe média (chamada classe C) que já conta com mais de 100 milhões de integrantes.

A BR-Foods tem presença em mercados como Europa, Oriente médio, Ásia e África, estes últimos com grande potencial de crescimento em vendas.

É possível que a companhia de Buffett tenha enxergado na Brasil-Foods uma maneira de obter uma participação ainda maior no mercado de alimentação mundial e principalmente no mercado brasileiro. Potenciais melhoras de margens e ganhos de sinergias com a aprovação da Fusão Sadia-Perdigão pelo CADE seriam bônus.

H6 invest.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Resultados da AES Tiete (GETI) em 2010

A receita líquida auferida totalizou R$ 1.754,3 milhões, com aumento de 5,1% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Em 2010, os custos e despesas operacionais somaram R$ 433,9 milhões, exclusive depreciação e amortização, o que representa incremento de 4,6% em relação a 2009.

O Ebitda apresentou elevação de 5,2% quando comparado a 2009, encerrando o ano de 2010 com R$ 1.320,5milhões e margem de 75,3%.

A totalidade dos recursos obtidos com a 1ª emissão de debêntures foi utilizada para pré-pagar, em 4 de maio de 2010, a dívida da Companhia com a Eletrobrás. Com a troca da dívida, o benefício economico foi de R$ 41,4 milhões no ano de 2010.

Decisão favorável à Companhia na disputa judicial com Furnas Centrais Elétricas (“Furnas”) com impacto positivo não recorrente de R$ 42,6 milhões no resultado financeiro.

Lucro líquido de R$ 737,3 milhões no exercício, resultado 4,4% superior aos R$ 706,2 milhões obtidos em 2009.

Resultados da MMX em 2010

A companhia publicou os resultados de 2010. Os pontos principais
foram a produção de 7,7 milhões de toneladas de minério de ferro, gerando uma receita bruta de R$ 784,8 milhões, com Ebitda ajustado de R$ 166 milhões e lucro líquido de R$ 46,58 milhões. O valor de mercado da empresa hoje é de R$ 5,7 bilhões e o caixa líquido de R$ 926 milhões. Temos assim uma relação EV/Ebitda 2010 de 28,9 vezes. O fato é que o mercado continua apostando no futuro da empresa.

Alguns pontos do release da empresa:

"Em 2010, a MMX também registrou recorde no volume de vendas: 7,2 milhões de toneladas de minério de ferro. Esse desempenho ficou 53% acima do verificado em 2009. A razão entre mercado interno e mercado externo foi de 79% e 21%, respectivamente. Os principais clientes do mercado externo foram: Sojitz, Wisco e Ternium. No 4T10 a MMX vendeu 2,1 milhões de toneladas, dos quais 83% foram para o mercado interno e 17% para o mercado externo."

"O CPV/ton anual foi de R$ 41,49, ante R$35,18 em 2009. O aumento de 18% no CPV/ton foi principalmente influenciado pelo acréscimo no montante pago de Cefem (Compensação Financeira pela Exploração Mineral) e Royalties à CEFAR, cuja base de cálculo é o preço médio do minério de ferro. No 4T10 o CPV totalizou R$ 81,4 milhões, enquanto o CPV/tonelada foi de R$ 39,17. Comparando com o trimestre anterior (R$44,33) o CPV/ton registrou redução de 12%. Neste trimestre, o CPV/ton foi influenciado por um ajuste negativo no estoque de minério de ferro dos sistemas Sudeste e Corumbá de R$ 13 milhões. Expurgando este efeito, o CPV/ton do 4T10 teria reduzido 26% em relação ao 3T10, para R$32,92."

"O caixa da MMX fechou positivo, no final de 2010, em R$ 1,9 bilhão dividido em: (i) R$ 1,8 bilhão em aplicações financeiras de curto prazo, de alta liquidez, remuneradas a uma taxa livre de encargos administrativos sobre o CDI de 101,2% marcada a mercado e 102,4%, taxa nominal na curva e (ii) R$ 141,4 milhões contabilizados em caixa e bancos."

Ativos totais em 2010: R$ 4 bilhões (relação preço/ativos de 1,42x)
Patrimônio líquido: R$ 2,4 bilhões (relação preço/valor patrimonial de 2,37x)